quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sem paredes






Entenda que não foi você, nem os outros, fui eu mesma que mudei, eu não gostei da nova casa, não me cabia, era estranha demais, era pequena, limitada para o tamanho que eu desejava expandir minha vida, meu amor e meu sorriso. Nunca foi você, fui eu que não soube interpretar o seu tamanho, não que você seja pequeno, mas eu cresci demais, o fermento da vida provocou um efeito que não se reverte, não adianta eu querer caber em formas quadradas, elas me espalham ai eu perco a forma, não adianta me colocar em um forma redonda fica tudo certinho demais, sem defeitos, sem graça! Não adianta querer me colocar em forma alguma, sou como pão, só cresce nas mãos e na temperatura certas, ai sim eu cresço de forma que não fico moldada, nem limitada em paredes de uma forma que não devia nem ter entrado em minha prateleira. Assim eu e as mãos que aceitaram minha forma nos deliciamos na arte de viver sem moldes, sem cortes, sem mesmice, ora meu bem você nunca me soltou, fui eu que não coube nas suas paredes me limitando.

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